SBP amplifica alerta da Unicef sobre intoxicação por chumbo

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A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), por meio do Departamento Científico de Toxicologia e Saúde Ambiental, acaba de publicar o documento científico “Toxicidade do chumbo na infância”. O material tem como objetivo alertar sobre os perigos do chumbo (Pb) como contaminante ambiental e causador de intoxicações.

O artigo destaca dados coletados no alerta do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) sobre essa problemática, dirigindo-se especialmente aos pediatras e gestores públicos em saúde. O texto enfatiza que esta questão vai além da contaminação infantil, abordando como a substância pode se acumular no corpo e causar efeitos graves a longo prazo.

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De acordo com a SBP, a intoxicação por Pb compromete o crescimento e o desenvolvimento normal de milhões de crianças, especialmente em países de baixa e média renda, inclusive, em relação ao quociente de inteligência. A contaminação traz ainda implicações socioeconômicas, educacionais e comportamentais que limitam o potencial dessas crianças.

EXPOSIÇÃO – Apesar dos riscos, em muitos países em desenvolvimento, o Pb ainda é encontrado, principalmente, em empresas de economia informal que reciclam baterias de chumbo de carro. Além de ser detectado na gasolina, em processos industriais e medicinais, em tintas, em brinquedos infantis de cloreto de polivinila (PVC), na fabricação de baterias automotivas, dentre outras fontes.

Em 2004, estimou-se que 16% de todas as crianças no mundo possuíam níveis séricos de Pb maiores que 10mcg%, sendo que 98% dessas viviam em países em desenvolvimento. Altos níveis de Pb em tintas foram registrados na China (116.200 ppm), Camarões (500.000 ppm), África do Sul (189.000 ppm), Tanzânia (120.862,1 ppm), Uganda (150.000 ppm), Tailândia (505.716 ppm) e no Brasil (170.258,4 ppm).

TRATAMENTO – O documento destaca que o tratamento primordial e mais efetivo a longo prazo em crianças com exposição ao Pb é a interrupção desta, através da erradicação da fonte de contaminação. A toxicidade desta substância, além dos seus efeitos cognitivos e comportamentais de longo prazo, torna fundamental essa prevenção primária.

O Departamento Científico de Toxicologia e Saúde Ambiental da SBP é composto pelos drs. Carlos Augusto Mello da Silva; Marilyn N. E. Urrutia de Pereira; Camila Carbone Prado; Ligia V. Gimenez Fruchtengarten; Maria Lucineide P. Amorim; e Rinaldo F. S. Tavares.

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